A Solidariedade Moçambique em parceria com o Serviço Provincial do Ambiente de Nampula, efectuaram o repovoamento do mangal na foz do rio Mecuburi, na comunidade de fungo, arredores da vila sede de Memba, no âmbito da implementação do Projecto de Resistência e Resiliência às Mudanças Climáticas (PROMUC), financiado pelo Fundo das Nações Unidas para o Desenvolvimento de Capital (UNCDF), através da União Europeia (EU).
A actividade foi realizada hoje (12.05), evento este que contou com a participação do Administrador do Distrito de Memba, chefe do Posto Administrativo de Memba Sede, Secretario do bairro de fungo, lideres locais, técnicos do SDPI, membros do clube escolar amigos do ambiente, Associação PESERMAR e comunidade local. Contou com a participação de cerca de 87 pessoas, destes 33 eram mulheres. Foram plantadas 400 mudas de mangal, numa área de 600m2, e foram plantadas as espécies conhecidas localmente por: Nkhanthala, Muussu, Konakhole e Nsumagi e cientificamente por (Absenia marina SP e Risopora mucronata).
A mesma área foi devastada ao longo tempo com o abate de mangais para várias finalidades destacando-se o corte indiscriminado para carvão, lenha, construção de barcos e casas. O mangal foi produzido no viveiro comunitário de Fungo, instalado em Memba pela Solidariedade Moçambique, sob gestão dos membros da Associação PESERMAR.
O plantio foi antecedido por uma palestra dirigida pelo administrador do distrito de Memba, Juma Cateria, onde esclareceu aos participantes sobre a importância da restauração do mangal, o impacto que o ecossistema possui na protecção da zona costeira, na produção pesqueira bem como a adaptação e mitigação das mudanças climáticas.
Na mesma senda, Juma Cateria, explicou para aquelas comunidades que os mangais servem de abrigo para espécies marinhas como peixes, crustáceos entre outros. Estabilizam a linha de costa e evitam a erosão.
“O mangal é fonte energético, de construção de barcos, casas e outras finalidades. Assim sendo, é necessário o uso racional e sustentável para garantir as gerações vindouras e equilíbrio do ecossistema marinho”.
António Mutoua, Director Executivo da SoldMoz-ADS, considera que a restauração do mangal é fundamental para a adaptação às alterações climáticas, efeitos dos ciclones e inundações, e a vulnerabilidade dos distritos de Memba e Mossuril às mudanças climáticas é extrema, sobretudo porque os distritos possuem grandes áreas costeiras expostas a frequentes ciclones tropicais, inundações e seca.
“Esses distritos têm um grande aliado no combate às cheias, erosão e ciclones, que são os mangais. Eles protegem a costa com os seus densos sistemas radiculares que actuam como defensores naturais contra tempestades e arrastamento dos solos e avanço das águas do mar. Além disso, fornecem um habitat de produção para a biodiversidade marinha e desempenham um papel ecológico crucial na estabilização do clima”- disse Mutoua.
Amanhã (13.05), serão plantadas nos dois distritos cerca de 3.000 mudas de plantas nativas e exóticas disponibilizadas pelo Serviço Provincial do Ambiente de Nampula, para arborizar as duas vilas.